Neste verão, especialmente produtivo para mim, decidi-me a, finalmente, criar uma plataforma colaborativa onde os cidadãos possam trocar ideias sobre VRSA e expressar, de forma positiva, as suas opiniões em torno da participação cívica (e outros temas). Para além disso, criei este blogue (diário da investigação) e uma estrutura online para abarcar os vários sites deste projeto.
Até agora, quase 1 mês depois de estarem prontos, ainda não divulguei estes sites. Porquê?
Porque, por vezes, os acontecimentos à nossa volta obrigam-nos a reconsiderar os timings. Neste caso, lancei os sites oficialmente a 21 de Setembro, mas a 12 de Outubro íamos ter eleições autárquicas. Ora, entendendo eu que este projeto deve manter-se afastado (e manter-me afastada) de qualquer componente partidária e sabendo que, nesta terra pequena, em que todos nos conhecemos o suficiente para supor coisas, mas por vezes não o suficiente para perguntar aos implicados, no caso de termos dúvidas [não é nada de mal; é o que é :)], achei que o melhor seria aguentar as autárquicas e não correr o risco desnecessário de se pensar “por aí” que o meu projeto tinha alguma coisa a ver com as eleições.
Isto não é à toa: é porque, como muita gente sabe (embora superficialmente), estive ligada a uma candidatura autárquica há 4 anos e, inclusivamente, apesar de não ter sido eleita, trabalhei por nomeação do Presidente da Câmara como sua chefe de gabinete durante 1 ano e 1 mês, após o que decidi sair, por querer continuar o doutoramento (e, portanto, este projeto) e estar no tempo limite para concorrer a uma bolsa de doutoramento da FCT, única forma de me conseguir dedicar a tempo inteiro a este projeto sobre VRSA. Um dia, escreverei sobre a impressão de conseguir contribuir mais para a minha terra através desta investigação do que através de um cargo político sem poder de decisão.
Continuando, tendo em conta o meu envolvimento político anterior, sabia que seria muito fácil, em tempo de campanha autárquica, confundir este meu projeto de doutoramento com alguma ação política/partidária, pelo que decidi atrasar a divulgação das páginas online até após as eleições, fazendo-o apenas junto do grupo de cerca de 15 pessoas que participou na primeira fase da investigação.
Acredito que qualquer pessoa, em qualquer cargo, pode ser capaz, desde que o queira, de participar politicamente/partidariamente e, paralelamente, ter os seus projetos pessoais; no entanto, também tenho a noção de que, por vezes, não é fácil desligar as pessoas das suas ações partidárias, sobretudo em meios pequenos, onde ainda se tende a notar mais algum entrincheiramento partidário. Como sociedade, espero que consigamos superar isto e mudar o sistema político, de uma forma que aproxime os cidadãos da política (e não necessariamente dos partidos) e que procure, com coragem e sem medo de errar, novas formas de enfrentar os grandes desafios que vivemos, sabendo que a sociedade é diversa, plural, efervescente - e que precisamos de todas as perspetivas para, em conjunto, agirmos por um bem que é comum.
Já estamos a 16 de Outubro.
Agora, sim, podemos começar!
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