[bastidores] mapas mentais

os mapas mentais ajudam-me, mas só quando saem da mente para o papel.

há muitos tipos diferentes de atividades a fazer ao longo do doutoramento, muitas delas quase em simultâneo.

num mesmo dia, posso ter de:

- escrever em modo escrita académica, hiper-focada e precisa;
- escrever numa linguagem mais livre e impulsiva (como o faço aqui);
- transcrever (as entrevistas que faço, para as poder analisar);
- codificar (dissecar uma entrevista e organizar a sua informação);
- fazer diagramas sobre o material analisado;
- desenhar, para ilustrar apresentações;
- ler e analisar um artigo científico;
- procurar novos artigos, chamadas para conferências, etc;
- cuidar da plataforma colaborativa;
- falar com a equipa de orientação;
- …

para além disto, todos os dias é preciso:
- arrumar um pouco o computador;
- reorganizar a agenda;
- lavar os dentes =P ;
- arrumar a casa, fazer desporto, comida, …
[estas últimas tendem a sofrer, porque as anteriores parecem ter sempre prioridade].

tento não fazer tudo isto num mesmo dia;
se, por um lado, sei que preciso de tempo de transição entre um tipo de atividade e outra (ele há pessoa que conseguem passar de repente de um modo para outro, mas dá cabo de mim; preciso de um tempo para sair de uma coisa e outro tempo para entrar na próxima),
por outro, é bom ir mudando de tipo de atividade de vez em quando. isto é, passar muito tempo a fazer o mesmo, pode cansar mais.
encontrar este equilíbrio, no meio de tanto que há a fazer, não é fácil e, por vezes, sobra para as insónias.

mesmo dentro da escrita, por vezes está a decorrer ao mesmo tempo um artigo científico, uma publicação no diário, um relatório para a FCT, mudanças num texto que já foi para publicar, e toda a escrita analítica, que acompanha a codificação.

por vezes, fica-se meses sem tocar numa das tarefas.
e, quando se volta, é necessário novamente pôrmo-nos a par: porque estou a fazer isto; onde fiquei; o que falta fazer; qual o próximo passo…

normalmente, preciso primeiro de ver onde estou. ver mesmo.
o que acaba por resultar em mapas, calendários gráficos, diagramas de mim a falar comigo: alguns até construídos de forma mais didática, para me motivar a continuar ao longo dos dias, acrescentando uma bolinha colorida, por exemplo.

estes mapas e diagramas, muitas vezes, ficam ali, a um canto.
amanhã já nem me lembro deles.
quando voltar à tarefa, volto a fazer um mapa parecido (já não exatamente igual).
raramente têm protagonismo visível, mas são as personagens principais nos bastidores.

deixo aqui alguns exemplos mais recentes (os outros já lá vão!...):