42 dias sem esquentador, rodeada de aranhas (para mim, o terror), 3 invasões de formigas, uma mesa desconfortável para trabalhar (acabei por passar mais tempo no sofá, o que também me piorou a dor de costas), mosquitos daqueles que não deixam dormir.
ao contrário do que parece, adorei.
ter tido a oportunidade de habitar uma casa perfeitamente despretenciosa, no interior de Portugal, durante a onda de calor que chegou aos 43º (o vento quente fazia parecer que estavamos junto a uma fogueira gigante) e a que se seguiram incêndios de apertar o coração, foi exatamente o que precisava nesse momento. apesar de tudo.
o silêncio, a calma, caminhar horas e não me cruzar com ninguém, fechar os olhos e ser brisa.
apesar dos eucaliptos.
o que de início tinha sido planeado como 3 semanas de trabalho em zona remota, 2 de férias e 1 já em rotina normal e urbana, transformou-se em 6 semanas com todos estes ingredientes sustentavelmente misturados - e mais algumas surpresas.
para a investigação, permitiu-me, sobretudo, arrumar pensamentos e - mais surpreendentemente! - dedicar a uma coisa que andava a adiar há um ano: fazer um website para o projeto. o mais interessante é que, em vez de um website, lancei 3, incluindo este (que não estava previsto) e uma plataforma colaborativa online independente (sem estar à mercê de empresas, redes sociais ou partidos) para que, em VRSA, se possa partilhar pensamentos, combinar encontros, construir ideias em conjunto (estando, ou não, fisicamente por lá).
num momento de contacto tão direto e cru com o espaço à minha volta, acabei por criar um espaço virtual para um outro lugar, que é o lugar que levo comigo a todo o lado.
é uma experiência.
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